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Patrimônio da Semana: Municipalização do Grande Hotel

Construído em 1928, o Grande Hotel simbolizava para Pelotas, um marco em hospitalidade diante de suas características físicas e atividades ali realizadas


No início de 1920, o intendente Pedro Luís Osório teve a ideia de haver em Pelotas um novo hotel. Solicitou recursos a população, tendo 354 acionistas, com isso nasce então a comissão, Companhia Grande Hotel de Pelotas, constituída por 21 empreendedores. O prédio foi construído em 1928, no bairro Centro, na finalidade de suprir a demanda do número de visitantes que vinha a Pelotas e trazer desenvolvimento e progresso à cidade.  

Os diferenciais do Grande Hotel, para a época, devem-se pelos motivos de sua grandiosidade, sua riqueza de detalhes, ser um prédio construído essencialmente para se tornar um meio de hospedagem e possuir mais conforto em comparação aos outros hotéis.

Ao passo que construísse o prédio, era recorrente o aparecimento do Grande Hotel como notícia nos principais jornais da cidade, tais como Diário Popular, O Libertador e Opinião Pública. 

A conotação das publicações elogiavam o projeto de um novo hotel, em que esta construção iria trazer muitos benefícios à imagem de Pelotas, contudo, o jornal O Libertador, ao que se trata a municipalização, emitiu notas contrárias a esta ação, justificando que havia outras demandas mais precisas no município do que a compra de um hotel, enquanto o Diário Popular expressava  notas respondendo estas críticas em que defendia, pois a compra precisava ser condizente à proposta inicial do projeto. Isto porque, os portais naquele período seguiam um padrão de abordagem bastante exercitado na época, em que as publicações baseavam-se no campo político-ideológico, ou seja, nas opiniões políticas de quem as escreve. 

O processo de municipalização deve-se ao fato que a cidade enfrentava na década de 1920 e 1930, uma crise econômica, assolada pelo fim do charque (principal atividade pelotense) e a chegada dos frigoríficos, essa transição ocasionou muitas consequências, inclusive atingindo também a Companhia Grande Hotel de Pelotas. Apesar da Companhia realizar um empréstimo, a ideia da municipalização estava em aberto e assim foi feito, em foi executada a municipalização. 

A partir desta ação, o Grande Hotel desempenhou vários serviços, por exemplo: hospedagem, banquetes, comemorações de datas festivas, hóspedes que tinham notoriedade, sejam políticas ou artísticas regionais e nacionais. De acordo com a turismóloga Dalila Müller, o Grande Hotel expressava riqueza, cultura e festividade e era um símbolo de modernização. 

O hotel continuou sendo da Municipalidade e arrendado por Caetano Bianchi até 1940 e pela firma P. Zabaletta & Cia até 1962, quando foi comprada por Pedro Elba Zabaletta. Este permaneceu com o hotel até 2002, quando foi novamente comprado pela Prefeitura Municipal de Pelotas, mas não mais utilizado para hospedagem.

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Fonte: A Municipalização do Grande Hotel em Pelotas/RS vista por dois Órgãos da Imprensa: Diário Popular e O Libertador. Autora: Dalila Müller, pela UFPel/UNISINOS

Imagem: Fábio Lima

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