O Canal São Gonçalo é um local conhecido pelos pelotenses, além de estar um ambiente significativo para o desenvolvimento da cidade até os dias atuais. As primeiras idealizações para construção de uma cidade em Pelotas, estavam concentradas em sua margem, no Passo dos Negros, entretanto, devido as queixas pelo mau cheiro causado pela produção escravagista do charque, preferiram construir o urbanismo da cidade onde hoje é localizado o Centro Histórico.

Seu local possuiu outros nomes, como Rio São Gonçalo e Sangradouro da Mirim. Através de seu rio, eram trazidas as mercadorias, e Apesar de receber as embarcações, seu território apresentava más condições para navegações de grande porte, por conta da grande presença do grande volume de areia.

De acordo com o Dicionário da História de Pelotas (2017), a elite charqueadora pensava em um projeto de desobstrução desse canal, mas devido aos conflitos causados pela Revolução Farroupilha, esse projeto só se efetivou na década de 1870, em que foi fundada a Companhia de Desobstrução do Canal São Gonçalo.

E como dito anteriormente, as charqueadas estavam inseridas em suas margens, que neste período, era a principal atividade econômica para Pelotas e região e ser o local escolhido para os acontecimentos relacionados a Revolução Farroupilha.

Atualmente o campus universitário Anglo, da Universidade Federal de Pelotas, encontra-se também ao lado do rio. Antes do uso acadêmico, apresentava-se no local, a charqueada Charqueada de Brutus Almeida. Em 1916, sediou o primeiro frigorífico gaúcho: a Companhia Frigorífica Rio Grande, vendida, em 1924, para a firma inglesa Vestey Brothers, manteve-se fechado até 1942.

Por meio da publicação no portal de notícias da UFPel, entre 2005 a 2006, a universidade recebeu em doação da Fundação Simon Bolívar parte da área antes ocupada pelo complexo industrial. Foram realizadas adaptações para comportar os espaços acadêmicos, todavia, no que se trata a estrutura geral do prédio, esta não foi modificada, encontrando-se quase da mesma aparência da qual foi doada.

É possível visitar o canal, por meio da reforma e a construção de um deck no Campus universitário Anglo para que os estudantes e os visitantes possam avistar a linda paisagem do rio.

Fonte: UFPel e Dicionário da História de Pelotas

Imagem: Katia Helena Dias – CCS/UFPEL

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