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Patrimônio da Semana: Doce de compota

Patrimônios imateriais, os doces de compotas reforçam a identidade da cidade em ser considerada a "capital do doce"


Pelotas é uma cidade reconhecida por constituir patrimônios históricos que marcaram fortemente a vida cotidiana da população e dos turistas. Os seus doces coloniais são um dos exemplos vivos de patrimônios imateriais, que ao longo dos anos sobreviveram e que além saborear o paladar dos que degustam, também fortalecem as tradições gastronômicas de muitas famílias que migraram da europa para a região pelotense a fim de construir seus novos lares. 

Imigrantes alemães, italianos e portugueses, ao chegarem em Pelotas, trouxeram consigo, conhecimentos e sementes de suas terras natais para construir em solo pelotense, o cultivo de pequenos pomares, sendo o pêssego, a fruta com maior destaque para plantação. E graças ao clima subtropical, o cultivo trazia bons resultados, sendo necessário também devido a sazonalidade, a introdução de novos frutos, como figo, morango, abacaxi, dentre outras. Estas frutas logo ganharam novos papéis sendo inseridas como doces e para vendas. 

As  compotas são as frutas inteiras colocadas dentro de uma lata com calda rala, e por se tratar de mão-de-obra (principalmente feminina) e de negócios majoritariamente familiar, as receitas são passadas de geração para geração, ocasionando a influência e o pertencimento que a gastronomia exerce sobre o convívio social: o poder de gerar heranças patrimoniais relacionadas ao saber e a culinária, e estar na memória afetiva de quem as realiza. 

As fábricas localizadas inicialmente nas zonas rurais, atualmente também encontram-se na zona urbana. Muitos destes locais eram utilizados historicamente também como encontro para convívios sociais da população que residiam ao redor. 

Não somente os doces fazem parte das relações sociais, como também destaca sua relevância economicamente, o comércio é realizado em outros locais do Brasil e internacionalmente, estas vendas reforçam positivamente com a imagem de que Pelotas é a “capital do doce”. Ao longo dos anos, muitos negócios abriram, fecharam e outros mantiveram-se, contudo, independente destes acontecimentos, é notório que as fábricas doceiras coloniais mantiveram o sustento de muitas famílias e fazem parte da cultura rural de Pelotas e região. 

Conclui-se que os doces coloniais fazem parte da história e cultura de Pelotas. São conhecimentos culinários repassados de geração para geração, que trazem pertencimento e fortalecimento das relações sociais. Sua importância também atinge a esfera econômica, sendo seu comércio, sucesso de vendas e sustento de muitas famílias.

Para saber mais sobre a histórias dos doces de Pelotas, visite o Museu do Doce, localizado em frente a Praça Coronel Pedro Osório, no Centro da cidade.

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Fonte: pelotas.ufpel e Museu do Doce

Imagem: VINICIUS PERACA/DIVULGAÇÃO/JC (Jornal do Comércio)

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