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Patrimônios de Pelotas: O Puxador de Pipa

O abastecimento de água no século XIX


No Brasil Colônia, a distribuição de água e o saneamento básico era deixado por conta das próprias vilas. Por esta razão, os vilarejos sempre aconteciam próximos a arroios, riachos e nascentes para facilitar a extração de água e transporte de água. Neste cenário surgiam os carregadores de água, escravos responsáveis pelo transporte do líquido em barris e latões. Assim, uma grande quantidade de carregadores passou a compor a paisagem típica do Brasil Colônia.

Em Pelotas não foi diferente. Na época em que não existia ainda um sistema de distribuição de água em Pelotas, era comum ver “(...) um negro de pelo lustrosa e calções folgados” vendendo água do Arroio Santa Bárbara e das cacimbas da redondeza; o puxador de pipa ou aguadeiro, levava a água para a casa do seu senhor ou vendia por duzentos reis os vinte litros para a população. 

Registros históricos pelotenses relatam que o abastecimento de água era feito através de poços, cacimbas e algibes para o consumo humano e do Arroio Santa Bárbara para a lavagem de roupas e outras atividades domésticas. As primeiras cacimbas eram localizadas na Rua de Baixo (atual Almirante Barroso). Nessas cacimbas, era comum o povo se abastecer de água para o consumo cotidiano.

Algumas famílias abriam poços nos próprios quintais e, a partir da segunda metade do século XIX, por influência dos imigrantes platinos, passou-se a construir algibes nas residências para acumular a água das chuvas. Quem não possuísse poço ou algibe próprio, podia recorrer gratuitamente a uma profunda cisterna que foi construída no Mercado Público (1851), com capacidade para armazenar 500 pipas de água, ou comprar a água dos puxadores de pipa ou aguadeiros.

A imagem que ilustra a matéria trata-se de uma pintura representando um puxador de pipa em Pelotas.

Fonte: XAVIER, Janaína e De LÉON, Z. Guardiões da Memória- Crônicas das Relíquias Históricas. 1ª edição. Ed. Signus Comunicação Ltda. Pelotas; 2008.

Foto: Carro de água. Projeto Pelotas Memória. Autor desconhecido, acervo Nelson Nobre, 11.36x7,84 cm 

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