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Ex-corretora do Enem aponta os 5 erros mais comuns na redação

Se você pensava que apresentar um repertório sociocultural era um "bônus" e não uma exigência, saiba que este é um dos erros mais comuns


Para muitos estudantes que prestam o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) a hora de fazer a redação é a mais temida. Para entender quais são erros mais cometidos entre os estudantes — e, principalmente, como evitá-los — o GUIA DO ESTUDANTE conversou com a professora Raquel Frontelmo. Ela é ex-corretora de redação do Enem e hoje dá aulas em seu próprio curso, em Vila Velha (ES). A professora listou quais erros que ela mais encontrou nos textos enquanto corretora do exame.

Redação do Enem - Regras - Dicas

(Foto: Reprodução Guia do Estudante)

1 – Não compreender o tema ou não saber interpretar os textos motivadores

Um dos tópicos é o tema da redação. Segundo ela, é mais benéfico concentrar os esforços em, além de treinar as habilidades textuais, desenvolver uma boa capacidade de interpretação. A falta ou o exercício incompleto dessas duas competências pode gerar o fenômeno de tangenciamento, que é quando o candidato apenas aborda parcialmente o tema proposto.

Tem que pensar que nada ali está sendo colocado à toa, tem que enxergar os textos motivadores como um trampolim para as ideias. É preciso desenvolver uma sagacidade para entender o tema e analisar os textos motivadores”, afirma.

Folha de Redação do Enem 2021

(Foto: Fernanda Quaresma/GE/Reprodução)

2 – Não saber a estrutura textual exigida

A redação do Enem deve ser um texto dissertativo-argumentativo. Isto é, o estudante deve discorrer sobre determinada problemática a partir de um ponto de vista, elaborando uma tese e argumentos que o defendam. É um texto que deve convencer o leitor de que a tese apresentada é correta e plausível. Usualmente, o recomendado pelos professores é seguir com com quatro parágrafos, com a ordem: introdução, primeiro desenvolvimento de argumento, segundo desenvolvimento de argumento e conclusão. A linguagem deve seguir a norma padrão culta da Língua Portuguesa.

Para Raquel Frontelmo, muitos candidatos vão fazer a prova sem conhecer os elementos que compõem a estrutura exigida pela banca. O corretor avalia o candidato sempre a partir das competências cobradas. Desta forma, mesmo que um texto esteja impecável, ele não terá uma boa nota se não seguir o formato dissertativo-argumentativo e as competências exigidas.

3 – Não conhecer as competências avaliativas da banca

No Enem, são cobradas cinco competências e os corretores vão pontuando, em até 200 pontos. São elas:

  • Competência 1: demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa;
  • Competência 2: compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa;
  • Competência 3: selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista;
  • Competência 4: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação;
  • Competência 5: elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Uma ótima dica é ler o documento 'Cartilha do Participante'. Neste texto, organizado e disponibilizado pelo próprio Inep, é explicado em detalhes e com exemplos o que é esperado do candidato na redação do Enem.

Estudante fazendo prova do enem

(Foto: FG TRADE/Getty Images)

4 - Não delimitar a tese na introdução

Sendo o texto uma dissertação-argumentativa, é obrigatório que o candidato defenda uma tese sobre a problemática proposta pelo tema. Isto é, a opinião do autor sobre a questão abordada precisa estar no texto. O avaliador do Enem não quer que o candidato fique "em cima do muro" ou escreva um texto meramente expositivo. Ao escolher um ponto de vista, o candidato já precisa esclarecer qual é ele logo na introdução.

"É importante que o aluno, já no final do primeiro parágrafo, de introdução, deixe claro qual é a tese que ele irá defender", explica a professora Raquel. "Precisa especificar para o corretor o que você vai argumentar durante os desenvolvimentos 1 e 2".

5 - Não apresentar repertório sociocultural

Trazer uma referência externa para a redação é uma das exigências para gabaritar a competência 2. Segundo a cartilha, só recebe os 200 pontos o candidato que desenvolver o tema "por meio de argumentação consistente". E como repertório sociocultural, ainda segundo a cartilha, deve-se entender "uma informação, um fato, uma citação ou uma experiência vivida que, de alguma forma, contribui como argumento para a discussão proposta". "Tem aquele aluno que pega qualquer citação, ou ainda decora só uma coringa, e saí enfiando em qualquer tema que vê, achando que só por colocar vai garantir a nota da competência", diz a docente.

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Fonte: Terra 

Imagem da capa: Imaginie

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